Resolvi dividir com vocês, pois precisamos rever nossos conceitos. Espero que gostem.
Fazemos o mau a todo tempo, por mais que pensamos que não. A
diferença é que nós, pessoas do bem, não fazemos o mal em sua forma declarada.
O mal único e, às vezes, irreversível, pois o pouco bom senso que ainda nos
resta, pode fazer com que hesitemos.
Fazemos de fato, o mal pequeno, aquele que está em sua forma
diminuta, eufemista. O mal bem capaz de se manifestar naqueles pequenos atos
onde decidimos não fazer o bem.
Um mal enrustido. Que não saiu do armário.
Ao invés de sair com uma arma atirando em tudo, com exceção
de grupos terroristas e outros radicais por ai, ignoramos coisas dos quais não
deveríamos. A naturalidade com que passamos ao lado de mendigos, pessoas
famintas e drogadas.
Jogamos lixo na rua e não nos preocupamos em corrigir
ninguém. Queremos o lugar das pessoas na fila e nem se quer cogitamos o esforço
que ela pode ter tido para acordar mais cedo. Não damos valor ao sentimento de
conquista do próximo, pelo contrário, nos sentimos tentar-se à inveja.
Mentimos! Como mentimos. Compulsivamente, no dia-a-dia,
falamos pequenas e discretas inverdades. Fazemos isso para nos preservar de um
predador que talvez nem devesse existir. Do que nos privamos tanto, senão de
nós mesmos.
Negamos dinheiro a um necessitado e ainda mentimos dizendo
não ter nada. Sem mencionar às vezes que o ignoramos.
Então, nesse contexto, são os pequenos atos de maldade que
me assustam. Aqueles que fazemos com tanta naturalidade que nem percebemos. O
mau, a mim, perigoso. Que não se anuncia. Que não se declara. Que me engana quanto
a sua forma.
Que acontece, simplesmente pelo fato de ter evitado um
pequeno gesto bondoso.
Até a próxima.
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